quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SWU Filme Passarinhos

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Hawking e a evidência de Deus

03/09/2010

Hawking e a evidência de Deus

por Ulisses Capozzoli

http://blogdasciam.blog.uol.com.br/

O novo livro do físico inglês Stephen Hawking (The Grand Design) tem tudo para dar sequência a uma discussão sem sentido e que, por isso mesmo, tende a levar a lugar algum: a idéia de que a criação do Universo dispensa a necessidade de Deus, ou de um deus, qualquer que seja ele.

Devidamente considerada, a idéia da existência ou não de Deus, sempre intrigou os humanos e, fundamentalmente, os dividiu em dois blocos: os que acreditam e os que não acreditam Nele.

Na sociedade de massas em que vivemos neste início do século 21, no entanto, uma discussão como essa é mais aborrecida que propaganda eleitoral, com seu sonolento desfile de lugares-comuns.

Com alguma frequencia as pessoas querem saber se acreditamos em Deus.

Qual o significado de uma pergunta como esta?

O que o interlocutor imagina que seja Deus? Um velhote vestindo bata-branca, de barbas longas, sentado em um trono tendo ao lado seu indefectível cajado?

Essa é uma idéia possível de Deus?

Aparentemente sim, para boa parte das pessoas.

Evidentemente que se trata de uma imagem infantil ou infantilizada, capaz de revelar conteúdos de natureza psicanalítica, mas incapaz de trazer qualquer contribuição a uma discussão que exige, acima de tudo, refinamento intelectual.

E isso tanto para aceitar quanto negar a existência de uma divindade máxima.

Acreditar que cientistas sejam capazes de resolver questões dessa magnitude é, antes de tudo, falta de informação sobre a natureza da ciência.

A ciência existe para, fundamentalmente, diminuir o sofrimento humano. A ciência é capaz de construir um relato inteligível sobre a natureza das coisas, incluindo a origem do Universo e da nossa surpreendente presença nele.

Mas isso não tem qualquer relação com afirmar ou negar, por exemplo, a existência de Deus. Ainda que uma confusão primária neste caso induza a equívocos como dar sequência a uma conversa sem fim e sem finalidade alguma.

Cientistas, de modo geral, conhecem profundamente (até o ponto que se possa considerar profundo) seus campos específicos de pesquisa. Mas costumam ser igualmente ignorante em outros.

Não muitos homens da ciência transcenderam o conhecimento a ponto de articular considerações promissoras numa ponte capaz de conduzir a conexões com um território tão possivelmente surpreende quanto ao de divindades.

Ou o equivalente disso.

Gênios como Erwin Schrödinger (1887-1961), físico austríaco, foi um deles. Seus escritos relacionados à transcendência de um cotidiano restrito, na direção de planos mais refinados de consciência e possibilidades, são, acima de tudo, experiências de profunda satisfação intelectual.

Mas, aqui, as considerações são de natureza incomparável ao que pensa, entre outros, o biólogo inglês Richard Dawkins (no livro, Deus, um Delírio) vítima do que um psicanalista diagnosticaria como “mania de grandeza”.

A batalha a que Dawkins se entregou, no passado recente, não é outra senão a de acuar e destruir o que ele chama de “Deus”.

Assim, entre homens como Schrödinger e Dawkins, para comparar dois cientistas, há uma separação de bilhões de anos luz.

A exploração da pretensa existência de Deus (seja lá o que isso signifique nos mais diferentes contextos considerados) produziu e continua produzindo, torturas, guerras e destruição ceifando vidas de homens, mulheres, velhos e crianças ao longo de milênios de história.

E a descarada exploração da fé por farsantes que deveriam ser processados com base em leis que caracterizam o estelionato, torna tudo isso pior a cada dia.

A TV está repleta de bispos, pastores e outros impostores de todos os credos baseados numa pretensa e razoável concepção de liberdade religiosa.

Mas fundamentalismo científico não é nem um pouco melhor que tudo isso.

O que dá consistência a uma das frases de efeito de G. K. Chesterton (1874-1934), escritor e poeta inglês para quem, “quando deixamos de acreditar em Deus, passamos a acreditar em qualquer besteira”.

Claro que isso não significa tentar provar o que quer que seja.

Esta é apenas uma frase inteligente.

Conteúdo que sempre falta neste tipo de discussão.

domingo, 12 de setembro de 2010

Falhas de medição invalidam tese do aquecimento global, diz cientista

UOL Ciência e Saúde

Um cientista entre os chamados "céticos do aquecimento global" defende que boa parte dos dados que apontam o aumento da temperatura do planeta devem ser ignorados porque milhares de estações de medição espalhadas pelo mundo estão sendo afetadas por condições que distorcem os seus resultados.

O meteorologista Anthony Watts afirma em um novo relatório que "os dados sobre a temperatura global estão seriamente comprometidos porque mais de três quartos das 6 mil estações de medição que existiam no passado não estão mais em funcionamento".

Watts acrescenta que existe uma "grave propensão a remover estações rurais e de altitudes e latitudes mais altas (que tendem a ser mais frias), levando a um exagero ainda maior e mais sério do aquecimento".

O relatório intitulado "Surface Temperature Records: Policy Driven Deception?" (algo como "Os Registros das Temperaturas da Superfície: Mentira com Motivação Política?", em tradução livre) foi publicado de forma independente, e não em revistas científicas - nas quais os artigos de um autor passam pelo crivo da análise de colegas.

Mas outros pesquisadores apoiam a análise de Watts, incluindo o professor de ciências atmosféricas John Christy, da Universidade do Alabama, que já esteve entre os principais autores do IPCC - o painel da ONU sobre mudanças climáticas.

Evidências

Entre as evidências citadas por Watts para defender sua tese está uma foto que mostra como a estação de medição no aeroporto de Fiumicino, em Roma, está posicionada atrás da pista de decolagem, recebendo os gases aquecidos emitidos pelas aeronaves.

Outra estação de medição está instalada dentro de um estacionamento de concreto na cidade de Tucson, no Arizona.

Essas são situações que, segundo o cientista, afetam o uso dos solos e a paisagem urbana ao redor da estação, refletindo muito mais as mudanças nas condições locais do que na tendência global da Terra.

Na América do Sul, o pesquisador afirma que as estações que medem a temperatura nas altas altitudes deixaram de ser consideradas, levando os cientistas a avaliar a mudança climática nos Andes por meio de uma leitura dos dados na costa do Peru e do Chile e da selva amazônica.

Para o pesquisador, estas falhas tornam "inútil" a leitura dessas medições colhidas em solo. Watts sustenta que o monitoramento via satélite é mais exato e deveria ser o único adotado.

Homem e meio ambiente

O debate provocado pelo professor é lenha no fogo da discussão que opõe cientistas para quem o aquecimento global, se existe, é um fenômeno natural - e tem precedentes na história da humanidade - e cientistas para quem o efeito é causado pelo homem e acentuado pelas emissões de gases que causam o efeito estufa.

Nos últimos anos, os cientistas que alertam para as causas humanas por trás do aquecimento conseguiram fazer prevalecer sua visão, sobretudo no Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) da ONU, que recebeu inclusive um prêmio Nobel da Paz.

Em uma espécie de "contra-ataque dos céticos do aquecimento", o órgão da ONU foi obrigado no início deste ano a admitir que se equivocou em um dado que apontaria para a possibilidade de as geleiras do Himalaia derreterem até 2035.

No fim de semana, o cientista por trás deste equívoco, Phil Jones, disse à BBC que seus dados estavam mal organizados, mas que nunca teve intenção de induzir ninguém ao erro.

Jones, que é diretor da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, disse estar "100% confiante" de que o planeta está se aquecendo e de que este fenômeno é causado pelo homem.

O cientista afirmou ainda que as disputas entre os pesquisadores - a "mentalidade de trincheiras", como ele se referiu - só prejudicam a discussão objetiva da questão.

Stephen Hawking descarta papel de Deus na criação do Universo


O cientista britânico Stephen Hawking afirma em seu novo livro, ainda inédito, que a física moderna descarta a participação de Deus na origem do Universo e diz que aparentemente o Big Bang foi uma consequência natural das leis da física.

Em The Great Design (“O Grande Projeto”, em tradução livre), que teve trechos publicados nesta quinta-feira pelo jornal britânico The Times, Hawking afirma que “a criação espontânea é a razão pela qual existe algo em vez de nada”.

O cientista cita a descoberta de um planeta orbitando uma estrela que não o Sol, ocorrida em 1992, como algo que faz as condições planetárias terrestres – como a relação entre a massa solar e a distância para o Sol, por exemplo - parecerem provas “muito menos convincentes de que a Terra foi cuidadosamente projetada somente para agradar a nós, seres humanos”.

"Devido à existência de uma lei como a da gravidade, o Universo pode e vai criar a si mesmo do nada”, afirma o físico no livro.

"A criação espontânea é a razão pela qual existe algo em vez de nada, do porquê o Universo existe, do porquê nós existimos”, diz Hawking.

The Great Design foi escrito em parceria com o físico norte-americano Leonard Mlodinow e tem lançamento previsto para o próximo dia 9.

Mudança
Os trechos indicam uma aparente mudança de opinião em relação a uma das obras mais conhecidas de Hawking.

Em seu livro Uma Breve História do Tempo, publicado em 1988, o cientista sugeria que a ideia de uma criação divina seria compatível com uma compreensão científica do Universo.

“Se nós descobrirmos uma teoria completa, será o triunfo definitivo da razão humana – pois então nós deveremos conhecer a mente de Deus”, escreveu então o cientista.

Uma Breve História do Tempo teve mais de 9 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.